Atividade1: Reflexão sobre o currículo e as palavras
dos colegas: “Reforma, escolha, paixão, cumprimento de papéis, escada,
descoberta, política”.
Desde
quando nascemos nossas vidas são movidas por significativas escolhas
condizentes a cada fase de nossa existência. Porém, dependendo da decisão a ser
tomada, vários fatores e motivos influenciam complexamente na mesma. Não
podemos dizer, por exemplo, que existem escolhas eminentemente objetivas e
racionais, pois nossa vida faz parte de “um todo”. Também surge neste contexto as
condições do meio no qual vivemos, relacionadas agora à esfera social,
cultural, familiar, religiosa, econômica, geográfica, política etc. que também norteiam
nossas decisões, inclusive as circunstâncias e oportunidades de cada fase e
momento. Mas, até que ponto nossas escolhas profissionais condizem com nossas
dimensões pessoais, relacionadas, por exemplo, com a paixão, ideologia,
família, amor, personalidade, sentimentos, qualidades, afinidades e limitações?
A
paixão seria algo que nos faz projetar para um futuro, mas que ao longo do
tempo e das circunstâncias, assume contornos diferentes fazendo com que ela
seja desmistificada e encontre novos caminhos pelo qual se orienta. Isso nos
faz refletir sobre os motivos pelos quais escolhemos a profissão de professor.
Por mais que o ensino superior nos prepare para esta profissão, será na sala de
aula que vamos de fato procurar um sentido para a paixão de ser professor. É no
ambiente escolar que vamos assumir e cumprir vários e complexos papéis, alguns
inicialmente impostos, seja pela tradição da imagem que a sociedade tem de
professor ou pelos modelos burocráticos da escola e políticas educacionais. A
paixão não é algo estático e somente faz sentido quando caminhamos e estamos em
constante processo de descoberta. Desta forma, em nossa prática docente estamos
a todo o momento tomando decisões e orientando nosso trabalho valendo-se de uma
gama de situações e contextos no qual a escola está inserida e que também fazem
parte do currículo, como o sócio-cultural, político, econômico, moral, ético e
religioso. No entanto, este currículo ou é implícito ou é teórico, porque na
prática ele se restringe somente a programações objetivas de conteúdos. Como
explicitar, ou evidenciar questões subjetivas do nosso papel de professor e do
contexto da escola neste currículo que se restringe somente à programação de
conteúdos? É Neste ponto que uma reforma se torna necessária. Uma reforma não
restrita ao âmbito do currículo, mas também em questão da formação docente a
fim de que seu profissionalismo cresça e se torne parte de um contínuo
processo. Porém, este “crescer
profissional” não ocorre de forma linear. Seria como percorrer uma escada em
espiral que não é fixa nas extremidades, ou seja, uma escada infinita que se
movimenta como uma mola nos dando, às vezes, a impressão de que não saímos do
lugar, ou que retrocedemos. Mas só o fato de caminharmos para subir um degrau a
mais neste processo formativo, já traz um significado para a superação e
resgata um pouco mais de nossa subjetividade no exercício de nossa profissão
como educador.
Interessante a construção do texto considerando as palavras sugeridas...Uma escada não-fixa, mas que pode ser usada.Talvez aí esteja o desafio de ser professor.
ResponderExcluirRealmente Rita, um grande e ousado desafio. Este é o primeiro ano que ministro aulas de Física para turmas do Ensino Médio da rede pública. Muitas vezes me sinto nesta escada, e quando visualizo um ponto fixo para eu alcançar - uma meta através de um planejamento de aula ou atividade - tudo acontece de outra forma. Parece que não podemos prever e determinar qual caminho do processo de ensino e aprendizagem os alunos vão seguir, ou até mesmo qual tipo de conhecimento vão abstrair. Claro que não devemos ficar presos a um determinismo para ensinar, mas como a Física tem um método bem específico de entender e compreender os fenômenos, a prática docente deve ter um direcionamento para transmitir esta visão que a Ciência construiu ao longo da história. É justamente este “acontecer de outra forma” que estou analisando, e que inclusive também faz parte do currículo. Abraço!
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