Nascem os estudos sobre currículo: as teorias tradicionais
Autor do texto: Tomaz Tadeu da Silva
Ates mesmo de surgir
uma palavra especializada sobre “currículo”, já era pressuposto o envolvimento
de professores e profissionais de todas as épocas e lugares envolvidos de alguma forma com o “currículo” até que se formasse um corpo de
especialistas e profissionais para designar suas atividades sobre currículo
como um campo especializado, como o conhecemos hoje, através de disciplinas e
departamentos nas universidades.
A
palavra currículo foi utilizada inicialmente nos países europeus, mas foi nos
EUA que o currículo emerge como um campo de estudos especializados, com um
objeto de estudo próprio ao indagar, principalmente, qual forma de educação seria direcionada às
massas. Neste contexto, surge o livro de Bobbit que busca responder as
finalidades da educação das massas propondo uma visão “empresarial” de ensino
dentro de um sistema que fosse capaz de especificar e prever resultados
quantitativos para a educação. Sua pretensão era baseada numa
educação estritamente científica e funcionalista, voltada para a vida
ocupacional adulta que se consolida com o modelo de Tyler, que o
currículo em torna da idéia de organização e desenvolvimento. Nesta visão o
currículo é essencialmente uma questão técnica cujos objetivos devem ser
claramente definidos.
Juntamente
com a concepção de Bobbit, também vão surgir visões mais progressistas, como
por exemplo, lideradas por Jonh Dewey, voltada para uma formação que visava
mais a democracia em detrimento de um funcionalismo científico. No entanto, tal
visão progressista não vai refletir no campo do currículo da mesma forma que a
concepção de Bobbit fazendo que esta última se constitua como uma das vertentes
dominantes da educação estadunidense.
Por
último, ressalta-se que tanto os modelos mais tecnocráticos como os mais progressistas
de currículo, se constituem como uma reação ao modelo clássico de currículo
pautado nas chamadas “artes liberais” estabelecidos na educação universitária
da idade Média e Renascimento. De certa forma, a democratização da Educação
Superior significou o fim deste modelo de currículo clássico sendo que os
modelos mais tradicionais, tanto técnicos como progressistas, só iriam ser
contestados no movimento de reconceptualização do currículo a partir dos anos
70 nos EUA.
Indagações
1) Será que “saímos” mesmo deste modelo de currículo?
Indagações
1) Será que “saímos” mesmo deste modelo de currículo?
2)
De
que forma ocorrem nossos planejamentos didático-escolares?
3)
Até
que ponto as políticas educacionais convergem para este modelo de currículo ao estabelecerem
metas e resultados quantitativos a fim de nortear (ou não...) as atividades dos
docentes, das instituições e dos alunos? Quais as conseqüências deste
“funcionalismo político” para a educação?
Fez um bom apanhado do texto lido e, mais importante, suas indagações são pertinentes e merecem reflexão...
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