Uma música, antes de revelar sua beleza, foi composta por pequenas notas ouvidas entre acertos e erros de um compositor. Este blog traduz algumas "notas" ouvidas e discutidas na disciplina: "Tendências contemporâneas de currículo" ministrada pela professora Rita Stano da UNIFEI. Como eterno professor-compositor, entre acertos e erros tento compor "músicas" através de "pensamentos e reflexões".

sexta-feira, 30 de março de 2012

Nascem os estudos sobre o currículo: as teorias tradicionais



Nascem os estudos sobre currículo: as teorias tradicionais


 Autor do texto: Tomaz Tadeu da Silva  

         Ates mesmo de surgir uma palavra especializada sobre “currículo”, já era pressuposto o envolvimento de professores e profissionais de todas as épocas e lugares envolvidos de alguma forma com o “currículo” até que se formasse um corpo de especialistas e profissionais para designar suas atividades sobre currículo como um campo especializado, como o conhecemos hoje, através de disciplinas e departamentos nas universidades.
A palavra currículo foi utilizada inicialmente nos países europeus, mas foi nos EUA que o currículo emerge como um campo de estudos especializados, com um objeto de estudo próprio ao indagar, principalmente,  qual forma de educação seria direcionada às massas. Neste contexto, surge o livro de Bobbit que busca responder as finalidades da educação das massas propondo uma visão “empresarial” de ensino dentro de um sistema que fosse capaz de especificar e prever resultados quantitativos para a educação. Sua pretensão era baseada numa educação estritamente científica e funcionalista, voltada para a vida ocupacional adulta que se consolida com o modelo de Tyler,  que o currículo em torna da idéia de organização e desenvolvimento. Nesta visão o currículo é essencialmente uma questão técnica cujos objetivos devem ser claramente definidos.
Juntamente com a concepção de Bobbit, também vão surgir visões mais progressistas, como por exemplo, lideradas por Jonh Dewey, voltada para uma formação que visava mais a democracia em detrimento de um funcionalismo científico. No entanto, tal visão progressista não vai refletir no campo do currículo da mesma forma que a concepção de Bobbit fazendo que esta última se constitua como uma das vertentes dominantes da educação estadunidense.
Por último, ressalta-se que tanto os modelos mais tecnocráticos como os mais progressistas de currículo, se constituem como uma reação ao modelo clássico de currículo pautado nas chamadas “artes liberais” estabelecidos na educação universitária da idade Média e Renascimento. De certa forma, a democratização da Educação Superior significou o fim deste modelo de currículo clássico sendo que os modelos mais tradicionais, tanto técnicos como progressistas, só iriam ser contestados no movimento de reconceptualização do currículo a partir dos anos 70 nos EUA. 


Indagações 


1)     Será que “saímos” mesmo deste modelo de currículo?
2)     De que forma ocorrem nossos planejamentos didático-escolares?
3)     Até que ponto as políticas educacionais convergem para este modelo de currículo ao estabelecerem metas e resultados quantitativos a fim de nortear (ou não...) as atividades dos docentes, das instituições e dos alunos? Quais as conseqüências deste “funcionalismo político” para a educação?





Um comentário:

  1. Fez um bom apanhado do texto lido e, mais importante, suas indagações são pertinentes e merecem reflexão...

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